Quando no decorrer dos acontecimentos humanos, torna-se necessário,
para a mente humana, evocar sua herança eterna e sua liberdade em relação
a falsas crenças que a tem afligido e dirigido de maneira errônea, fazendo-a
acreditar que é o efeito e não a causa das coisas, e a evocar seus direitos eternos e a eterna superioridade que lhe são outorgados pelas leis da verdade e por sua própria natureza divina, então um respeito universal para com esta merecida liberdade requer que seja lavrada um declaração:

Nós apelamos ao Supremo Juiz do Universo, em nome da e pela eterna
autoridade que nos foi concedida, solenemente publicamos e declaramos que
todas as mentes são livres, iguais e constituem estados independentes do
Ser Divino. Que estão absolvidas de todos os sistemas e tiranias, sejam estes
mentais ou materiais, que neguem que as mentes tenham o poder de curar
o seu passado, corrigir seu presente e projetar seu futuro, o que toda
mente tem o poder de realizar. E para reforçar esta declaração, com o firme
conhecimento da proteção e consentimento da Divina Providência, nós
mutuamente imploramos nossa igualdade, o nosso amor e a nossa herança
sagrada como mentes humanas livres.”

 

 

Era uma vez um político, também educador popular, chamado James Aggrey: Ele era natural de Gana, pequeno país da África Ocidental. Até agora, talvez, um ilustre desconhecido. Mas, certa feita, contou uma história tão bonita que, com certeza, já circulou pelo mundo, tornando seu autor e sua narração inesquecíveis:

.”Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro
para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas.
Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.
Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um
naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
– Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
– De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não
é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de
quase três metros de extensão.
– Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um
coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
– Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como
águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem
alto e desafiando-a disse:
– Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra,
então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente
ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
– Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
– Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será
sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurroulhe:

-Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi
para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
– Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
– Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um
coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram
a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de
uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
– Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra,
abra suas asas e voe !
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não
voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que
seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau
das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para
o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou… voou.. até confundir-se com o azul do
firmamento… “

E Aggrey terminou conclamando:
– Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e
semelhança da perfeição de nosso Criador! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E
muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos
águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos.
Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

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