Rá, deus do Sol e soberano do Egito, reinava em sua cidade Annu em um esplendido palácio a bordo de sua suntuosa barca.
Mas os milênios foram passando e Rá envelheceu e seus súditos ao vê-lo observavam:
Vejam como nosso Rei envelheceu! Seus ossos são prata, sua carne ouro e seus cabelos de autêntico lápis-lazúli.
Tal desrespeito indignou tanto o Rei, que um belo dia ele resolveu punir a humanidade. Convocou o “Concilio dos Deuses” para votarem e decidirem o que fazer.Assim que o olho de Rá voltou-se contra os blasfemadores e eles fugiram, como previsto, para o deserto. Rá resolveu então chamar a Deusa e a transformou em Sekhmet (A Poderosa), feroz Deusa da guerra com cabeça de leão, que partiu em busca dos fugitivos.
Sekhmet, ávida por sangue e fora de controle, promoveu tamanha carnificina que pôs em risco a continuidade da humanidade. Rá preocupado, sabia que deveria agir rápido para que tal desgraça não acontecesse. Enviou então, mensageiros a Elefantina para que colhessem uma enorme quantidade de uma espécie de grão vermelho, que foram acrescentados a sete mil jarras de cerveja, para que tivesse o aspecto de sangue humano.
Tal mistura foi imediatamente despejada e espalhada nos campos onde a Deusa pretendia prosseguir com a matança.Na manhã seguinte, quando ela apareceu e viu a inundação e seu belo rosto refletido no líquido, não resistiu, bebeu muito do estranho líquido e embriagada acabou dormindo.Ao acordar, sua fúria havia passado.
A Deusa Sekhmet, com cabeça de leoa era temível. Reinava sobre grupos de gênios emissários armados com instrumentos cortantes, que percorriam à terra trazendo consigo a doença, a fome, a morte, sobretudo durante os períodos delicados do calendário, nas épocas de transição em que o mal se precipita: a passagem de um ano para outro, o fim de uma década, o fim do mês e até o fim do dia e o início da noite. Para apaziguar o furor da Deusa, era preciso utilizar um amuleto ou uma estatueta que a representasse.
A força maléfica transformava-se então em benéfica, o poder desembaraçava-se das suas escórias.
No último dia do ano a Deusa era invocada e palavras eram recitadas sobre um retalho de linho fino, no qual estavam desenhados os Deuses. O mago oferecia-lhes pão e cerveja, queimava incenso, fazia doze nós e colocava o tecido no pescoço de quem desejava ser protegido.
Sob o reinado de Amenófis III foram esculpidas muitas estátuas da Deusa Sekhmet. A Deusa é qualificada como “aquela cujo poder é tão grande quanto o infinito”. Os epítetos presentes nas estátuas formam uma litania gigantesca que evoca uma Sekhmet-chama que repele a serpente e combate os inimigos do faraó. Uma força como esta é difícil de se manipular, porque pode destruir o mundo. Mas é graças a ela que o faraó conserva sua vitalidade. Está vivo entre os vivos, na condição de que Sekhmet seja apaziguada e dominada. Eis o motivo por que as estátuas de Sekhmet protegiam o acesso aos lugares sagrados, proibindo aos seres impuros e incapazes a entrada nos templos.
Visualize a imagem desta Deusa Leoa, cheia de glória, no comando das forças naturais.
Sekhmet se oferece para guiá-la no desbravar dos segredos e mistérios da vida, pois ela não é somente guia, mas também protetora.
Ela saltará para o seu interior e o ajudará a entender e lidar com a RAIVA.
Você aprendeu que é feio ter raiva e agora acha que é difícil expressá-la?
Pois saiba que não é bom reprimi-la, pois a raiva pode acabar sofrendo um processo acumulativo, e quando menos você esperar ela deixa
de ser RAIVA e pode transformar-se em ÓDIO.
O ódio sim é um poderoso instrumento sem qualquer controle.
Sehkmet vem nos dizer que a raiva faz parte da nossa força.
Portanto, não desperdice a sua raiva.
Aprenda a expressá-la de modo que ela possa ser ouvida e entendida.
Aprenda a transformá-la em algo bom, de modo que ela lhe fortaleça e lhe gere energia.
O caminho para a totalidade será vital quando você fizer da raiva uma aliada.
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