Existe um gesto antigo que atravessa séculos, culturas e silêncios.
Um gesto simples, repetitivo e profundamente transformador: bordar.
Com linha, agulha e paciência, mulheres (e também homens) do mundo inteiro criaram verdadeiras orações visuais, expressaram afetos, narraram histórias e costuraram sua saúde emocional ponto a ponto.
O bordado é uma das artes têxteis mais antigas da humanidade. Há vestígios de bordados no Egito Antigo, na China milenar e nos impérios da Pérsia e Bizâncio. Em cada cultura, o bordado foi muito mais do que adorno, era símbolo de poder espiritual, de proteção mágica, e de identidade cultural.
No Brasil, o bordado encontrou infinitas formas de expressão, ele pulsa nas mãos das rendeiras do Nordeste, nas mulheres do Vale do Jequitinhonha, nos grupos indígenas que bordam seus mundos simbólicos, nas bordadeiras urbanas que hoje ressignificam o tecido como arte política e espiritual.
Bordar não é apenas arte — é também terapia silenciosa e poderosa, enquanto a linha atravessa o tecido, o corpo se aquieta e a alma fala, é como se cada ponto fosse um respiro, uma prece, um gesto de autocuidado. Bordar é meditar com as mãos, quando bordamos, algo em nós se alinha. E não importa se o ponto é perfeito — importa que ele seja seu. Que neste mês, possamos redescobrir o bordado como um gesto de equilíbrio, arte e reconexão com nossa essência.

Os primeiros registros de bordado que existem no mundo datam da pré-história, no período paleolítico, há cerca de 2,7 milhões de anos atrás.
O bordado manual é uma rica representação cultural e humana que pode ser observada em praticamente todas as sociedades. Existem inúmeras variações de técnicas, pontos, motivos e formas de aplicação.
Seja pela geografia, religiosidade, ou por influências de antigos impérios e rotas de comércio. Cada um a seu modo, o bordado é um reflexo do modo de ser e dos costumes de cada povo.

A história do bordado à mão foi se entrelaçando com nossa própria história como seres naturalmente sociais. Os pontos de bordado registraram em tela momentos que ficaram para a posteridade, como rituais, guerras, descobertas científicas, acontecimentos e passagens marcantes da História.
Dentre os pontos de bordado à mão clássicos e mais usados vale citar os pontos:
Atrás
Haste
Matiz
Cheio
Caseado
Rococó
Sombra
Paris
Alinhavos
Correntinha
Chavão
Dentre outros, que muitas vezes são reinventados em momentos de inspiração.

A delicadeza dos gestos ao bordar, a atenção e a certeza do gesto de equilibrio te encantará.
Experimente este caminho artesanal e realize enfeites para seu lar, presentes para as comemorações e principalmente: Faça estoria.
Aqui estão algumas lindas ideias:

Divirta-se!

Namastê!

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