Luma e Guizmo

Era uma vez uma menina chamada Luma, que morava numa casinha branca rodeada por árvores antigas e flores silvestres. Luma tinha olhos curiosos, pés descalços e um coração que batia mais forte sempre que via algo brotar da terra. Mas naquele início de primavera…, o coração de Luma estava nublado.
Seu cachorrinho Pipoca, companheiro de todas as explorações e silêncios, havia partido para as estrelas há poucos dias. Luma sentia como se a primavera tivesse se esquecido dela.
Ela se sentava no jardim com os olhos baixos, enquanto os passarinhos cantavam sem que ela escutasse.
Foi numa tarde em que o sol dourava tudo com delicadeza que Luma ouviu um sussurro vindo do pé de alecrim.
— Psiu… garota de coração flor, você pode me ajudar?
Luma olhou em volta, surpresa. E ali, diante dela, surgiu um ser pequenino, com asas de pétalas e olhos como gotinhas de orvalho.
— Quem é você? — perguntou Luma, enxugando o rosto.
— Sou Guizmo, elemental da natureza. Cuido de ajudar os brotos a florescerem na primavera. Mas este ano… eu estou atrasado. Não tenho força suficiente. A tristeza no ar está bloqueando a energia do solo…
Luma olhou ao redor: os botões pareciam parados, como esperando algo.
— E como posso ajudar? Eu… não tenho força nem para sorrir. Meu melhor amigo se foi…
O elemental pousou suavemente em sua mão.
uma olhou ao redor: os botões pareciam parados, como esperando algo.
— E como posso ajudar? Eu… não tenho força nem para sorrir. Meu melhor amigo se foi…
O elemental pousou suavemente em sua mão.
— Justamente por isso. Você tem amor verdadeiro dentro de si. E o amor, quando se transforma, é o mais poderoso fertilizante do mundo invisível.
O amor que cuida, mesmo com dor, é como o Sol depois da chuva.
Luma olhou para o jardim. Sentiu uma lágrima cair, mas junto dela, uma lembrança de Pipoca correndo entre os girassóis. Um sorriso tímido escapou.
— O que eu preciso fazer?
— Caminhe comigo. Mostre às flores o quanto elas ainda são amadas.
E assim, Luma e Guizmo andaram por todo o jardim. A cada toque carinhoso que Luma dava em uma folha, uma flor brotava. A cada palavra gentil sussurrada ao vento, um botão se abria. E quando Luma, pela primeira vez desde a despedida, rendeu-se a uma gargalhada lembrando das travessuras de Pipoca, os campos inteiros floriram.
O elemental dançava entre pétalas, rindo:
— Conseguiu, pequena guardiã da vida! Com sua dor transformada em amor, a primavera pôde nascer.
Naquela noite, Luma sonhou com Pipoca correndo por um campo iluminado, abanando o rabinho entre flores que jamais murchariam.

Uma linda estória de amor…
Deixar ir é diferente de esquecer.
A dor pode florescer em beleza quando é acolhida com amor.
A natureza nos ensina que tudo o que parte, abre espaço para o novo florescer.
Assim como Luma, cada criança carrega o poder de transformar tristeza em ternura — e ajudar a Terra a florescer também.
Monica

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