Héstia era a deusa da lareira, ou mais especificadamente, do fogo queimando numa lareira redonda. É a menos conhecida dos deuses olímpicos. Héstia e sua equivalente romana Vesta, não foram representadas em forma humana por pintores e escultores da época.
Ao contrário, esta deusa se fazia representar pela chama viva no centro do lar, do templo ou da cidade. O símbolo de Héstia era um circulo.
Suas primeiras lareiras eram redondas, assim como seus templos. Nem o lar nem o templo ficam santificados até que Héstia entrasse. Ela santificava ambos os lugares quando estava lá. Héstia era tanto uma presença espiritual como um fogo sagrado que proporcionava, calor e aquecimento para o alimento.
Ritos e Cultos
Ao contrário dos outros deuses e deusas, Héstia não era conhecida através de seus mitos e representações. Sua importância é encontrada em rituais, simbolizada pelo fogo.
Para que uma casa se tornasse um lar, a presença de Héstia era solicitada. Quando um casal se unia, a mãe da noiva acendia uma tocha e a transportava diante do casal recentemente casado até sua nova casa, para que acendessem a primeira chama em seu lar. Esse ato consagrava o novo lar.
Depois que uma criança nascia, acontecia um segundo ritual. Quando a criança tinha cinco dias de idade, era levada ao redor da lareira para simbolizar sua admissão na família. Então seguia-se um festivo banquete sagrado.
Da mesma forma, cada cidade-estado grega tinha uma lareira comum com um fogo sagrado no edifício principal, onde os convidados se reuniam oficialmente. Cada colônia levava o fogo sagrado de sua cidade natal para acender o fogo da nova cidade.
Posteriormente, em Roma, Héstia foi venerada como a Deusa Vesta.
Lá o Fogo Sagrado de Vesta uniu todos os cidadãos de Roma numa só família. Em seus templos, o fogo sagrado era cuidado pelas virgens vestais, que eram solicitadas a personificar a virgindade e anonimidade da deusa.
Em certo sentido, elas eram representações humanas da deusa; eram imagens vivas de Héstia, transcendendo a escultura ou a pintura. As meninas escolhidas para serem as Virgens Vestais eram levadas ao templo quando eram bem jovens, em geral com menos de seis anos. Vestidas de forma igual, o cabelo aparado como novas iniciadas, o que quer que fosse distinto e individual quanto a elas era apagado.
Eram deixadas à distância de outras pessoas, honradas, e esperava-se que vivessem como Héstia, com terríveis consequências se não permanecessem virgens. Uma Virgem Vestal que tivesse relações sexuais com um homem tinha profanado a deusa. Como punição devia ser enterrada viva, sepultada numa área pequena e sem ar no subsolo, com luz, óleo, alimento e um lugar para dormir.
A terra acima dela seria nivelada, como se nada estivesse embaixo. Portanto, a vida de uma Virgem Vestal como personificação da chama sagrada de Héstia era extinta quando ela parava de personificar a deusa. Era coberta com terra como carvão que se extingue numa lareira.
Héstia era frequentemente parceira de Hermes, o deus mensageiro,
conhecido pelos romanos como Mercúrio. Ele era uma divindade
eloquente e astuciosa, protetor e guia dos viajantes, deus do discurso e patrono dos homens de negócio e dos ladrões.
Sua representação primitiva foi uma pedra em forma de pilar chamada de “Herma”.
Nas casas, a lareira redonda de Héstia ficava no interior, enquanto o pilar fálico de Hermes ficava na entrada. O fogo de Héstia proporcionava calor e santificação a casa, enquanto Hermes permanecia à porta para trazer a fertilidade e manter fora o mal. Nos templos, essas divindades também apareciam ligadas.
Em Roma, por exemplo, o santuário de Mercúrio ficava à direita dos degraus que conduziam ao templo de Vesta.
Portanto, nos lares e templos Héstia e Hermes estavam relacionados, mas separados. Cada um desempenhava uma função separada, altamente considerada.
Héstia ministrava o santuário, onde as pessoas se uniam numa família, lugar considerado lar. Hermes era o protetor na porta, o guia e companheiro no mundo, onde a comunicação, o saber se virar e ter boa sorte fazem muita diferença.
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